terça-feira, 19 de janeiro de 2010

19/01/10                   O Gigante Gentil
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    Esse post é, antes de tudo, um agradecimento aos leitores desse Caderno. É um "obrigado" pelos comentários inteligentes, um "valeu gente!" pela atenção e pela companhia. A análise a seguir, da história contada pelo carvalho centenário, partiu de um comentário sobre o post anterior. Não pensem que é coisa de blog decadente, que faz "remix" de texto assim como emissoras decadentes fazem reprise de programa :)


Bem... tudo começa quando um velho carvalho do bosque resolve narrar um episódio que aconteceu ali. Era sobre um pequeno cão, jovem e idealista, que um dia passava pelo lugar e, no caminho, avistou um gigante vindo em sua direção. Tasso (o cão) pensou que sua vida terminaria naquele momento, pois julgou que um gigante monstruoso e rude como aquele iria engolí-lo ou esmagá-lo no instante em que o enxergasse.


A visão, criada no imaginário do pequeno cachorro, despertou nele um ódio pela injustiça e pela opressão do mais forte contra o mais fraco (quantas vezes não imaginamos toda uma discussão com alguém, por causa de algo que talvez a pessoa pudesse nos dizer?). Movido por isso, Tasso se recusa a fugir e começa a latir com toda a sua força e agressividade, enfrentando o Gigante, no que aparentemente constitui um ato de coragem.


Levando em conta o contexto, a "coragem" do cão se relativiza e acaba virando imprudência, até mesmo a verdadeira injustiça: o Gigante, que simplesmente passava pelo bosque, não obstante a sua aparência grotesca (algo que certamente não escolheu ao nascer), tinha bom caráter. De repente se vê sendo ofendido por um nanico que jamais tinha visto. Se o gigante quisesse revidar, o cão não teria chance, por mais valente que fosse (sendo realistas - sem milagres, ok?). E nem poderíamos dizer que o cão foi uma vítima... pois foi ele quem jogou a primeira pedra.


O que acontece, porém, é que o Gigante aceita a humilhação e segue adiante. Não por covardia - que risco um cão minúsculo pode oferecer? - mas por nele haver vitudes. Não sendo santo, sente até revolta, mas a humildade vence e ele segue seu caminho sem nada fazer de mal ao cão.


Minha intenção era desconstruir algumas idéias cristalizadas; quebrar pressupostos; contrariar a expectativa e criar um pouco de incômodo, o que sempre nos faz abrir a mente.


Quem escreve precisa estar atento, pois já conhece a história por todos os ângulos; o leitor, por sua vez, tem no texto a única fonte de informação sobre ela. Perdoem, caso tenham faltado peças na transmissão do conto! :)


(Créditos das imagens:
http://garatujando.blogs.sapo.pt/arquivo/Escultura%20gigante%20Homem.jpg )

4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
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Thunay disse...

Não sei o motivo, mas vi um quê de 'baleia' nesse cãozinho, haha... o ar revolucionário do bicho...

Comantário curto,depois volto com mais inspiração.

Anônimo disse...
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