quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fazendo valer!

Novamente peço desculpa aos amigos blogueiros, porque como sou um dos que mais falam que "a nossa Cena Blogueira está ficando anêmica", eu deveria estar exemplarmente comprometido com ela, entretanto, sou o que menos tem atualizado o blog e passado para visitar os de vocês.

Mancada hein? Tenho que dar um jeito em mim mesmo...

Mas vim aqui hoje para dizer o que acontece, responder a mim mesmo perguntas que fiz. Sobre o post anterior, gostaria apenas de acrescentar que a situação ficou bem melhor do que eu estava prevendo. O clima se amenizou, e apesar de um rolinho ou outro, tudo ficou bem.

E a novidade da vez: os "compositores de noite mal-dormida" da escola estão unindo as forças para armar um Festival de Música no Externato. Então, se a dor de cotovelo, o aquecimento global ou a má fase da seleção estão te tirando do travesseiro, pegue papel e caneta e comece a compor, para poder participar do evento!

A escola nunca teve isso, assim, organizadamente. Sempre houveram as Bandas, que pipocavam ora aqui e ora ali, fazendo um barulhinho no intervalo. Mas a idéia dessa vez é realmente botar a gurizada pra compor e tornar isso uma espécie de tradição, algo que envolva os alunos durante o ano todo! E para não correr o risco de virar uma "disputa de egos", a proposta vem acompanhada da solidariedade. Sozinho com o violão? Só se você quiser, porque todos os participantes vão se ajudar mutuamente, fazendo arranjos, acompanhamentos, segundas vozes, etc. Não é o máximo?

Esse é meu último ano lá, e é assim que eu quero fazer valer. Entendo o fato de a maioria superdimensionar a importância do baile e da viagem à Porto, e passar o ano todo fazendo sacrifícios para tornar isso tudo realidade. Mas eu sempre fui do contra, né? O que eu quero é ajudar a começar um projeto que eu espero que vire parte da rotina dos futuros navegantes daquela escola...

Vou indo nessa, e pra não dizer que não falei das flores...
"Sê como o sândalo, que perfuma o machado que o fere."
Provérbio

Um amigo meu, um dos mais inteligentes e nobres de coração que já tive a oportunidade de conhecer, me disse uma coisa que eu nunca vou esquecer. Que a vida não é como uma equação de matemática, em que menos com menosmais. Isso quer dizer que, ao se pagar o mal com o mal, o erro com outro erro, uma agressão com outra, que não se espere um resultado positivo.
Vamos, vamos colocar mais amor no coração desse mundo!

Fui :)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Vida Durante o Período de Guerra

Vou bancar a Anne Frank¹ e lhes narrar como tem sido a vida em Auschwitz² ultimamente.

Silêncio profundo. Uma classe fragmentada em duas alas ideologicamente opostas. É visível o posicionamento dos alunos nesta sala, respeitando rigorosamente territórios determinados. De um terceiro ano que passou a vida escolar inteira junto, esperava-se uma turma unida. Ok, que não fossem todos melhores amigos entre si, mas, ao menos, colegas queridos.

Por que então essa frieza? Será que uma simples diferença de assuntos é pretexto para uma guerra não-declarada?

Ultimamente tenho notado que isso melhorou. Talvez as pessoas dessa sala estejam se aturando mais... pois agora é como se tivessem um inimigo em comum: a outra sala. Assim como vemos no Oriente Médio um interminável revida-revida de ataques terroristas entre Palestina e Israel, nestas últimas semanas um lamentável incidente iniciou uma rixa entre a classe onde eu estudo e a do segundo ano. Em épocas de gincana que movimenta toda escola³, o triste espectro do ódio tomou o lugar onde deveria estar a integração. A tensão entre os dois lados atingiu até mesmo as crianças, que agora rivalizam com seus colegas da outra bandeira.

Faço parte, pela sala em que estou, de uma dessas bandeiras. Mas não concordo com as atitudes de seus membros. Tampouco concordo com a atitude dos membros da outra. Queria apenas que fosse como o ano passado - emocionante -, e queria poder contar com o espírito esportivo de todos. Mas parece que o único espírito presente é o bélico, o confrontista. O espírito de porco.

Queria muito estar me divertindo nesse Dia da Escola, como em todos os outros. Mas por enquanto só estou querendo distância dele. Se me tornei covarde? Não, de forma alguma. Mas desde quando guerras fazem alguém grande?

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¹Anne Frank, autora do famoso diário no qual narra a sua vida em um campo de concentração nazista.
²Auschwitz foi o maior de todos os campos de concentração, onde os judeus capturados pelos nazistas ficavam presos. Relatos de sobreviventes contam sobre os horrores vividos neste lugar localizado ao sul da Polônia, então ocupada pelos alemães.
³Dia da Escola. Gincana realizada pela minha escola anualmente para celebrar o aniversário da instituição e promover uma integração entre todos os alunos.